segunda-feira, 28 de outubro de 2013



Black Power


O movimento Black Power, que significa literalmente "Poder Negro", surgiu nos anos 60, como uma forma de renascimento cultural da comunidade negra dos EUA, a exemplo do que tinha acontecido nos anos 20 com a "Harlem Renaissance". Considerado por muitos autores como o "movimento da consciência negra" ou das "artes negras", o Black Power estimulou a criação de instituições culturais e educacionais independentes para a comunidade negra que duraram até aos anos 70. A atenção dos meios de comunicação internacional relativamente a este movimento verificou-se no verão de 1966, quando o termo foi utilizado num discurso pelo presidente do Comité de Coordenação dos Estudantes, Stockely Carmichael, na defesa dos direitos civis da comunidade negra no Mississipi. A expressão Black Power passou então a ser utilizada por outros ativistas e organizações defensoras dos direitos civis dos negros, tendo-se escrito vários livros e artigos sobre o assunto.
Durante este período foram igualmente importantes os debates ideológicos por parte da comunidade negra e a consciencialização dos seus direitos civis e sociais, contribuindo para um maior protagonismo da comunidade negra em termos políticos, educacionais, profissionais e sociais na vida dos EUA. 
O movimento Black Power constitui um importante contributo para uma maior igualdade de direitos da comunidade afro-americana, nomeadamente através da eleição dos primeiros presidentes de Câmara negros das principais cidades dos EUA, bem como dos primeiros deputados negros do Congresso americano.
Com o recrudescimento das questões raciais e da violência contra os negros por organizações racistas como Klu Klux Klan, surgiram lideranças negras que enfrentaram as questões dos direitos civis e reagiram contra a violência policial. A questão é que os negros eram colocados em guetos, explorados e não tinham voz ativa na sociedade norte-americana. Martin Luther King e Malcolm X, entre outros, tornaram-se essa voz, e, atuando de formas diferentes, foram ambos revolucionários em suas ações em prol da causa dos negros e dos direitos civis nos EUA. Apenas as balas os pararam. Quantas vezes Martin Luther foi preso, mais intensas eram as manifestações e mais ele insistia pacificamente.